Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, é
considerado o precursor do estilo romance na literatura. Escrito no século
XVIII, conta a história de um jovem náufrago que vai esbarrar em uma ilha
deserta, sendo o único sobrevivente de um desastre que destruiu o navio onde
viajava e matou toda a tripulação. Embora seja categorizado como livro de
aventura, no melhor estilo capa e espada, é também uma obra que suscita grande
reflexão sobre temas como a solidão, a fé, lucidez e perseverança.
Quem não conhece, ao menos de ter ouvido falar, a estória
do jovem Robson e de seu amigo Sexta-feira? Com tantos filmes inspirados nesse
livro (O Naufrago é um deles) acredito que é uma ótima dica ler o livro que
inspirou todas essas adaptações, mas vamos a ele.
A adaptação que li esta voltada para o público
infanto-juvenil, e assim como Robin Hood, também esta em formato de HQ. Pelas
características do formato do livro, da à impressão de que a estória foi
excessivamente adaptada para o público ao qual estava destinado, de fato,
contudo, a forma como o HQ foi escrito, com balões de diálogos e quadros
narrativos, a leitura se tornou muito dinâmica e profunda.
Quem conhece a estória, sabe que Robson foi um jovem
sonhador que queria muito se tornar um homem do mar, ignorando completamente os
constantes avisos do pai, de que ele deveria estudar e se tornar advogado. Depois
que terminei de ler o livro, percebi o quanto é ruim não dar ouvidos aos nossos
pais, e que muitas vezes caímos em verdadeiras armadilhas por causa disso, e Robson
sofreu na pele o que a desobediência é capaz de fazer na vida de uma pessoa. Desobediência
e a quebra de promessa. (Por isso raramente prometo algo, acredito que quando
prometemos, automaticamente temos o dever de cumprir, ou ao menos de tentar).
O período na ilha foi um longo tempo
de descobertas e redescobrimento dele próprio (Robson) e ele precisou passar
anos sozinho para enfim compreender seus erros e aprender com eles. Robson foi
um homem forte, acho que nunca teria essa força mental e física para sobreviver
por conta própria em um lugar inóspito, e ele, que era um menino preguiçoso foi forçado a aprender a
trabalhar para sobreviver, e a ilha se tornou uma espécie de refugio/prisão, na
qual ele foi obrigado a se adaptar.
Os livro não nos apresenta uma
quantidade enorme de personagens, além dele, temos apenas mais dois personagens
significativos; o cachorro e Sexta-feira. Quando terminei de ler, pensei como
seria passar anos a fio sem uma companhia humana, apenas tendo um cachorro com
quem compartilhar tudo. Não deve ter sido fácil, pois o ser humano dificilmente
consegue viver sozinho, então quando Robson salvou a vida de sexta feira, viu
nisso uma oportunidade de ter uma companhia, um amigo e também de saber que ele
não estava sozinho no mundo.
O livro é lindo, profundo e faz com
que quem lê, reflita e comece a ponderar muitas de nossas atitudes, e quem
sabe, depois de refletir, não nos tornamos um pouco mais sábios?
Abraços,
Amanda
Almeida
- quarta-feira, maio 30, 2012
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